Para
sermos leitores dinâmicos será necessário fixar alguns conceitos sobre área de
visão para podermos usar, com maior sabedoria, a combinação das técnicas
descritas adiante.
Área de Visão
Para
compreender melhor o alcance de nossa visão, vejamos alguns aspectos
importantes na formação das imagens.
Retina é uma parte do olho dos vertebrados
responsável pela formação de imagens, ou seja, pelo sentido da visão.
É
como uma tela onde se projetam as imagens: retém as imagens e as traduz para o
cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico.
Retina
Nossas
retinas são formadas por dois tipos de células básicas: cones e bastonetes.
Veja
as diferenças:
Registram imagens bem iluminadas.
|
Registram
imagens pouco iluminadas (visão noturna).
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Registram imagens lentamente.
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Registram imagens rapidamente.
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Registram cores.
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Não
registram cores (detectam apenas tons de cinza).
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Produzem imagens nítidas.
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Produzem imagens pouco nítidas.
|
A estrutura
celular da retina (à direita, 1 cone e 9 bastonetes;
ao centro, 2
células bipolares; à esquerda, 3 axónios de
células
ganglionares que pertencem ao nervo óptico).
Com
base no que estudamos, podemos agora definir nossa área de visão em dois tópicos:
1. Visão central
É aquela na qual a imagem cai no centro da
retina e é cheia de detalhes.
É importante na leitura para perto, para
longe e nas atividades que exigem percepção de detalhes.
Este tipo de visão reconhece as imagens
nítidas e coloridas em baixa velocidade.
É empregada nas atividades de leitura.
2. Visão periférica
É aquela que se forma na periferia da retina.
Essa visão é pouco rica em detalhes;
percebe-se a presença dos objetos e movimentos, mas nada nítido.
É importante para se locomover,
principalmente à noite, quando há pouca iluminação.
Este tipo de visão reconhece imagens pouco
nítidas com velocidade.
Geralmente fazemos uso da visão periférica,
quando estamos dirigindo, pois sabemos o que se passa em volta do carro, sem
olharmos para o lado.
Sem
treino, usamos o foco central da visão, o que diminui em 50% a quantidade de
palavras que percebemos por fixação.
Para
acelerar a nossa leitura, precisamos explorar mais a nossa visão periférica.
Nossa
meta, portanto, é maximizar a
utilização da visão periférica
para ampliar a velocidade de registro das imagens do cérebro.
Com
base no que foi dito até agora, podemos agora entender melhor os princípios fundamentais da leitura dinâmica,
ou seja:
Rapidez
na captação de imagens,
através do aproveitamento integral da capacidade da visão em perceber imagens
da ordem de milésimos de segundo.
Adequação
dos movimentos oculares
para que efetuem saltos de olho com grande rapidez.
Reconhecimento das palavras pela visão periférica.
**Atenção
-
Em alguns tipos de leitura, onde existem muitas palavras não usuais, aquelas que não são de uso corrente, é
necessário que seja realizada uma pré-leitura rápida, para que se tenha a ideia
do todo e se identifique tais palavras.
Nestes
casos, para que haja velocidade e retenção, faça o seguinte:
Realizar uma primeira leitura rápida, para ter
a ideia do todo;
Pesquise no dicionário do significado das
palavras desconhecidas;
Por fim, realize uma segunda leitura, onde você
entenderá o texto por completo.
-
Observe que quando o tema do livro deixa de ser estimulante, por não
corresponder à nossa expectativa, muitas vezes, permanecemos lendo quase por obrigação.
Quando
você perceber que isso está acontecendo, deixe de lado a leitura sequencial e leia
rapidamente o início dos parágrafos de todos os capítulos tentando identificar
onde o autor colocou a mensagem principal do livro que, geralmente, tem muita
afinidade com o título da obra.
Como
já vimos, não é necessário ler todo um livro, de cabo a rabo, para
compreendermos a mensagem: basta ler apenas as passagens principais mencionadas,
geralmente, no início e fim de cada capítulo.
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