Com
base nos conceitos já estudados, você deverá por em prática um programa de treinamento de aceleração
visual, para que obtenha um aumento substancial na velocidade de leitura,
acompanhada da compreensão do texto lido.
Leia
abaixo como proceder:
1.
Devemos iniciar o treinamento exercitando a leitura numa velocidade constante, sem oscilação, mas um pouco acima de
nosso padrão.
No
início, poderá haver alguma dificuldade quanto à compreensão, mas mantendo o
mesmo ritmo durante todo o tempo, notaremos a ampliação da retenção das
informações, até atingirmos a compreensão total.
2.
Em seguida aumentamos a velocidade,
o que provocará uma queda imediata no grau de compreensão.
3.
Repita o processo então, até você
atingir, novamente, padrões satisfatórios de entendimento.
Para
que você atinja melhores performances durante o treinamento, é indispensável manter a velocidade constante na
leitura, evitando variações de ritmo.
Você
poderá ainda recorrer a um recurso de ordem prática para auxiliar na manutenção
da velocidade: chamamos esse recurso uso
de guia.
Faça
o seguinte:
Utilize
uma folha de papel ou uma pequena régua como guia, que deverá ser deslizada no sentido vertical, de cima para baixo ocultando as
linhas já lidas.
Assim
seus olhos estarão sempre enxergando a próxima linha, enquanto as linhas lidas estarão ocultas.
Neste
exercício de aceleração visual você apenas deverá correr os olhos no espaço acima das linhas, de margem a
margem, sem se preocupar com a
leitura.
Para
iniciar seu treinamento, escolha um livro que seja do gênero que você gosta e
utilize um vocabulário atual, com muita ação, e seja de fácil leitura.
Tome
cuidado nesta escolha, pois mesmo os livros escolares exigidos no primeiro e
segundo grau usam um vocabulário defasado, o que torna a leitura entediante e
improdutiva.
Deixe
para ler esses livros anacrônicos mais adiante, quando já você tiver ampliado
seu vocabulário.
Leia
este trecho de Machado de Assis e perceba as dificuldades:
Na esquina da Rua dos Ourives deteve-o um
ajuntamento de pessoas, e um préstito
singular. Um homem, judicialmente trajado, lia em voz alta um papel, a
sentença. Havia mais o juiz, um padre, soldados, curiosos. Mas, as principais
figuras eram dois pretos. Um deles, mediano, magro, tinha as mãos atadas, os
olhos baixos, a cor fula, e
levava uma corda enlaçada no pescoço; as pontas do baraço iam às mãos de outro preto. Este outro olhava para
frente e tinha a cor fixa e retinta.
Sustentava com galhardia a curiosidade pública. Lido o papel, o préstito seguiu pela Rua dos
Ourives adiante; vinha do aljube
e ia para o Largo do Moura.
Contraste
agora com este do Rubem Fonseca e perceba a linguagem ágil e atual:
Vi na televisão que as lojas bacanas estavam
vendendo adoidadas roupas ricas para as madames vestirem no reveillon. Vi
também que as casas de artigos finos para comer e beber tinham vendido todo o
estoque. Pereba, vou ter que esperar o dia raiar e apanhar cachaça, galinha
morta e farofa dos macumbeiros. Pereba entrou no banheiro e disse, que fedor. Vai
mijar noutro lugar, tô sem água. Pereba saiu e foi mijar na escada. Onde você
afanou a TV, Pereba perguntou. Afanei, porra nenhuma. Comprei. O recibo está
bem em cima dela. Ô Pereba! você pensa que eu sou algum babaquara para ter
coisa estarrada no meu cafofo? Tô morrendo de fome, disse Pereba. De manhã a
gente enche a barriga com os despachos dos babalaôs, eu disse, só de sacanagem.
Sempre
que enfrentamos um desafio, devemos começar dominando a parte mais fácil e ir
aumentando gradativamente as dificuldades.
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